19/08/2013

Tezza fala sobre tradução e de seu perfil romântico

Se as traduções brasileiras mais antigas de Dostoievski melhoraram ou amenizaram a dura prosa do escritor esse é uma questão que não é considerada, necessariamente, um problema para o escritor Cristovão Tezza que participou de uma das sessões da tarde de sábado no Litercultura- Festival Literário Curitiba 2013. O Festival acontece até domingo no Palacete Sociedade Garibaldi e outros espaços da cidade. “O romance já nasceu para ser contado e recontado, para ser traduzido”, disse Tezza na resposta a uma das perguntas do mediador Christian Schwartz, que, além de ter sido seu aluno, organizou a coletânea de crônicas “Um Operário em Férias”, escritas para a Gazeta do Povo. A plateia que assistiu à sessão com o tema “Viagens pela leitura: livros importantes e impactantes na formação do leitor e do escritor” teve a oportunidade de conhecer histórias que marcaram a infância de Tezza. A morte do pai, quando Tezza tinha sete anos coincidiu com a mudança da interiorana Lages para a grande Curitiba, justamente no período em que a oralidade dá espaço à leitura e a escrita. Tezza revelou ser um romântico que já quis ser marinheiro, chegou a frequentar a escola naval, mas na hora da guarda, preferia mesmo era ler Cem Anos de Solidão. Antes disso, leu uma coleção de poetas brasileiros românticos como Castro Alves e Casimiro de Abreu. “Como eu era exibido sabia de cor o Navio Negueiro”, disse com bom humor. Também declamava de memória vários poemas de Carlos Drummond de Andrade. Quando questionado sobre se também tinha passado pela fase de desinteresse pela ficção de outros escritores Tezza disse que sim: “passei um período lendo livros de história, ensaios e um pouco de filosofia. Mas nesses últimos meses estou lendo muita literatura atual brasileira porque participo de um júri num concurso literário. E do que é feito o escritor? A resposta de Tezza é curta e objetiva: “escritor é feito de leitura”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário