02/08/2013

Entidades apresentam soluções para destino de resíduos sólidos no último dia do 10.º Congresso Brasileiro de Direito Socioambiental

A 10.ª edição do Congresso Brasileiro de Direito Socioambiental e Sustentabilidade terminou nesta sexta-feira (dia 2 de agosto), com o painel especial sobre soluções de logísticas e tecnologias para resíduos pós-consumo. O especialista em Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria Wanderley Coelho Baptista intermediou o painel, que teve a participação de representantes da Estre, do Sindicato das Indústrias de Bebidas do Paraná (Sindibebidas/PR), da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sinpacel/PR). O representante da Estre, Antonio Januzzi, disse que há aumento da consciência ambiental no Brasil e que o desenvolvimento de tecnologias está viabilizando projetos de valorização no setor. A Estre tem 20 mil empregados, recebe 140 mil toneladas por dia de resíduos da construção civil, hospitalares, entre outros, e utiliza tecnologia de ponta para o processamento dos resíduos, trazido da Finlândia. A Estre possui ainda a Oxil, empresa de manufatura reversa de produtos eletroeletrônicos. Januzzi apresentou um panorama da produção de resíduos no Brasil. Segundo ele, o Brasil produz 62 milhões toneladas de resíduos (dados de 2011), sendo que 38% têm destinação imprópria e 52% recebem destinação adequada. A geração de renda impulsionada por geração de resíduos sólidos no Brasil é de 1,5% ao ano. A diretora de Meio Ambiente da Abihpec, Rose Hernandes, apresentou o projeto de logística reversa da entidade. O programa de resíduos sólidos da entidade passa pela inclusão social e trabalha com a coletiva seletiva junto às prefeituras. O objetivo é implantar o programa em 138 cooperativas (centrais de triagem de resíduos) no País. Entre os objetivos principais da entidade com o programa estão a redução de volume de resíduos, a reciclagem, beneficiamento e comercialização dos resíduos, a maneira correta de separar os resíduos, a entrega de material de qualidade aos recicladores e geração de renda. O executivo do Sindibebidas e Sinpacel, Luiz Roberto dos Santos, anunciou as próximas instalações de mais duas usinas de reciclagem no Paraná até 2014, possivelmente em Londrina ou Maringá. O Sindibebidas/PR, em parceria com diversas entidades, já desenvolve o projeto da Central de Valorização de Materiais Recicláveis em Pinhais. Em média, cerca de 80% a 90% da coleta de embalagens que vão para a Central é feita por catadores de resíduos e não pelo poder público. A visão do projeto, segundo Santos, é aumentar o poder aquisitivo dos catadores, aumentar o consumo, diminuir a taxa de pobreza e reduzir o custo social (assistência médica, odontológica, diminuir as taxas de evasão escolar, entre outros). A Cooperativa Redecataparaná, que participa do projeto do Sinbdibebidas, tem 130 famílias beneficiadas diretamente e envolve 20 catadores de lixo reciclável. O presidente do Sinpacel/PR, Rui Brandt, lembrou que o setor de papel e celulose tem vínculo histórico com a reciclagem de seus resíduos sólidos. O Sinpacel/PR tem atualmente 59 empresas associadas e 30 delas já aderiram ao projeto de logística reversa do Sindibebidas. A contribuição ambiental do setor, segundo Brandt, é que as florestas plantadas não competem com agricultura tradicional, restaura terras degradadas, promove a conservação do solo, protege a biodiversidade e os recursos hídricos e está aderindo ao sequestro do carbono. Ainda de acordo com Brandt, o setor está atingindo quase sua plenitude na recuperação de resíduos sólidos, mas a destinação final do plástico ainda é problema. Ele citou que algumas soluções estão sendo encontradas por algumas indústrias como a fabricação de madeira plástica e a geração de vapor a partir do Plástico.

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