19/08/2013

Litercultura abre com sessão do autor argrentino canadense Alberto Manguel

O paraíso ou inferno podem estar bem mais próximos do que imaginamos. O ensaísta e escritor de ficção Alberto Manguel valeu-se dessa ideia ao construir a resposta para a pergunta “Como a Literatura pode tornar o mundo melhor?”, tema da conferência de abertura do Festival de Literatura – Litercultura na sexta-feira (16). “Começo por Borges, sempre ele”, disse um bem-humorado, Manguel. Como se esse fosse seu destino... Como foi seu destino conhecer Jorge Luis Borges, nascido na Argentina como ele, que depois de tornar-se cego passou a enxergar o mundo pelas palavras lidas em voz alta por Manguel. O escritor citou Borges porque era ele quem dizia que os únicos paraísos são os paraísos perdidos... Pensava também que o paraíso deve ser uma espécie de biblioteca. É provável que o comentário tenha inspirado Manguel, que montou uma biblioteca pessoal num presbitério medieval francês, onde reside. Exemplos de autores clássicos permearam a conferência do escritor que, mais uma vez, mostrou seu perfil atuante, que prefere a literatura de protesto. Fez crítica à publicidade que promete o paraíso e ao estado de terror que cria regimes ditatoriais. “Não existe garantia de segurança para nenhum país, em nenhum momento. Por atos de abuso de poder pode-se impor a censura, modificar leis. Por isso ser leitor é quase uma obrigação de memória e escrever também, disse numa referência à pergunta tema da conferência. Antes de Manguel iniciar a palestra a diretora geral do Litercultura, Manoela Leão, fez a abertura do evento. “ O Festival não é feito somente para os amantes da boa leitura, mas também dos quadrinhos, do cinema, da artes”, afirmou. Já o curador Mário Hélio Gomes apresentou o conferencista, citando a “identidade fluída” de Manguel que viveu em várias partes do mundo. Embora tenha nascido na argentina, Manguel é canadense, Passou a infância em Israel, onde seu pai era embaixador argentino. Em 1968 transferiu-se para a Europa e, à exceção de um ano em que esteve de volta a Buenos Aires, onde trabalhou como jornalista para o La Nación, viveu na Espanha, na França, na Inglaterra e na Itália, ganhando a vida como leitor para várias editoras.

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