26/08/2013

Versadas oferece aula de molhos

Nesta semana (terça e quarta-feira, dias 27 e 28 de agosto), o chef Hermes Custódio, responsável pela reconhecida cozinha do Castelo do Batel, ministra a Oficina de Molhos, na programação da Versadas. Uma das mais importantes aulas da base gastronômica, é aberta a leigos e interessados em geral. No programa: fundos, agentes espessantes, caldos, bouillon, molhos clássicos e derivados, além das famosas manteigas temperadas, uma das marcas registradas do chef. O investimento é de R$ 240,00. Informações e inscrições pelo telefone (41) 3078-3312. Versadas - Rua Desembargador Costa Carvalho, 312, Batel, Curitiba.

19/08/2013

A "Amozade" de Chico Cesar encerra o Litercultura

O Palacete Sociedade Garibaldi ficou lotado para o show de encerramento do Litercultura neste domingo. No show de Chico César o público ouviu música e poesia de autoria de Chico César e também outros poetas. Recitando literatura de Cordel e poesia concreta, o cantor e compositor passeou, principalmente, por regiões do Brasil e da África, marcadamente tema de sua inspiração. Mas, acordes orientais também foram ouvidos na noite do show intitulado Cantáteis-Cantos Elegíacos de Amozade. Amozade, sim. A escrita está correta. Chico, que subiu sozinho ao palco, une nessa palavra os sentimentos de amor e amizade e deixa a reflexão: por que nem sempre andam juntos?

Litercultura mistura linguagens em vários espaços da cidade

O Litercultura – Festival Literário Curitiba 2013 acontece em vários espaços da cidade numa mistura de linguagens que agrada não só os amantes da literatura. No domingo pela manhã a Cinemateca exibiu o Poeta do Castelo (direção e roteiro: Joaquim Pedro de Andrade), Assaltaram a Gramática (direção: Ana Maria Magalhães), Soneto do desmantelo blue (direção: Cláudio Assis), Patativa (direção: Ítalo Maia), O dono da pena (direção: Cláudia Nunes), Caramujo-Flor (direção: Joel Pizzini). A contação de histórias enxadrísticas movimentou o Clube de Xadrez, também no domingo de manhã. No sábado, no Solar do Barão, os quadrinhistas José Aguiar, Antônio Eder e Fúlvio Pacheco discutiram temas ligados a adaptações literários em Quadrinhos. As Bandas 5 graus e Ziriguidun Pfóin fizeram espetáculo no TUC, no evento Shows e Leituras. Brasil plural no Memorial Flávio Stein, com Marcelo Torrone, no sintetizador e Fávio Mazzon na percussão participaram do show Brasis: Leituras Plurais que aconteceu no Teatro Londrina, localizado no Memorial de Curitiba. A ficção brasileira contemporânea foi apresentada através de interpretações de leitura pública de textos curtos que retratam ávida-sentimentos, sensações, situações. No repertório textos de: Raduan Nassar, Milton Hatoum, José Castello, Luís Henrique Pellanda, Michel Laub, Altair Martins, Eliane Brum, João Anzanello Carrascoza, Adriana Lisboa, entre outros, que formam este Brasil plural.

Tezza fala sobre tradução e de seu perfil romântico

Se as traduções brasileiras mais antigas de Dostoievski melhoraram ou amenizaram a dura prosa do escritor esse é uma questão que não é considerada, necessariamente, um problema para o escritor Cristovão Tezza que participou de uma das sessões da tarde de sábado no Litercultura- Festival Literário Curitiba 2013. O Festival acontece até domingo no Palacete Sociedade Garibaldi e outros espaços da cidade. “O romance já nasceu para ser contado e recontado, para ser traduzido”, disse Tezza na resposta a uma das perguntas do mediador Christian Schwartz, que, além de ter sido seu aluno, organizou a coletânea de crônicas “Um Operário em Férias”, escritas para a Gazeta do Povo. A plateia que assistiu à sessão com o tema “Viagens pela leitura: livros importantes e impactantes na formação do leitor e do escritor” teve a oportunidade de conhecer histórias que marcaram a infância de Tezza. A morte do pai, quando Tezza tinha sete anos coincidiu com a mudança da interiorana Lages para a grande Curitiba, justamente no período em que a oralidade dá espaço à leitura e a escrita. Tezza revelou ser um romântico que já quis ser marinheiro, chegou a frequentar a escola naval, mas na hora da guarda, preferia mesmo era ler Cem Anos de Solidão. Antes disso, leu uma coleção de poetas brasileiros românticos como Castro Alves e Casimiro de Abreu. “Como eu era exibido sabia de cor o Navio Negueiro”, disse com bom humor. Também declamava de memória vários poemas de Carlos Drummond de Andrade. Quando questionado sobre se também tinha passado pela fase de desinteresse pela ficção de outros escritores Tezza disse que sim: “passei um período lendo livros de história, ensaios e um pouco de filosofia. Mas nesses últimos meses estou lendo muita literatura atual brasileira porque participo de um júri num concurso literário. E do que é feito o escritor? A resposta de Tezza é curta e objetiva: “escritor é feito de leitura”.

Fernando Pessoa nas vozes de Boccanera e José Paulo

Foi quase como ver pessoalmente Pessoa. A descrição que o autor do livro “Fernando Pessoa, uma quase autobiografia” fez do escritor no início da última sessão de domingo do Litercultura-Festival Literário Curitiba 2013 tinha detalhes que revelam a personalidade do poeta português. Usava sapatos de verniz, camisa engomada, calça justa que na época era conhecida como papo de anjo, casaco, gravata borboleta preta ou cinza para combinar com o chapéu preto ou cinza, tombado para o lado esquerdo. Tudo comprado nas lojas mais caras e tradicionais da pequena Lisboa de 1920-1930. “O detalhe é que num manuscrito de Pessoa ele registrou que não tinha dinheiro nem para jantar. Era um homem enormemente vaidoso”, diz José Paulo, escritor e advogado recifense, consultor da Unesco e do Banco Mundial, ex- ministro da Justiça; membro da Comissão Nacional da Verdade e da Academia Pernambucana de Letras. O livro sobre Pessoa ganhou formato de áudio book, com poemas lidos por Sílio Boccanera. Mas quem foi ao Palacete Sociedade Garibaldi pode acompanhar o jornalista, ao lado de José Paulo, ler os poemas. Com voz imponente, Boccanera fazia a voz do narrador, enquanto José Paulo lia a voz de Pessoa para a plateia que apreciou o evento.

Os percalços da tradução são discutidos no Litercultura

Os tradutores Christian Schwartz e Lawrence Flores Pereira participaram da sessão do Litercultura – Festival Literário Curitiba 2013 que discutiu tradução. Como traduzir e inovar, respeitando a excelência da poesia e da prosa originais? Quem não é poeta é um bom tradutor de poesia? Tradutor vira autor? Foram essas e outras perguntas que os dois participantes do bate-papo, mediado pelo curador do Festival Mário Hélio, tentaram responder. Quando um mesmo livro é traduzido por mais de um tradutor, em geral, as dúvidas costumam aparecer no mesmo ponto do texto. “Quando estou com alguma dúvida vou procurar como outro tradutor resolveu o problema para ter idéias. Em geral, percebo que o trecho foi suprimido… Traduçòes para outras línguas também costumam ajudar nessa hora”, afirma Christian Schwartz, estudioso da língua e literatura francesas na Universidade Paris IV (Sorbonne), na França. Cursou pós-graduação em literatura na University of Central England (UCE), em Birmingham, Inglaterra, o que culminou num mestrado em estudos literários pela UFPR. Traduziu autores como Philip Pulmann, Xinran, Matt Haig, Lou Reed, Philip Roth e Sam Shepard. É professor de produção de texto, literatura e pesquisa em comunicação na Universidade Positivo (UP), em Curitiba. Na área do jornalismo trabalhou em revistas como Placar, Quatro Rodas e Veja, da qual foi correspondente na Amazônia. L awrence Pereira é poeta, tradutor e ensaísta gaúcho. Atua como professor na Universidade Federal de Santa Maria. Traduziu T. S. Eliot, Wallace Stevens, Emily Dickinson, e diversos outros poetas. Traduziu e montou, com Kathrin Rosenfield, Antígona, de Sófocles, e Hamlet, de Shakespeare, e está finalizando a sua nova tradução de King Lear, feita ao longo do ano passado junto ao Renaissance Center na Universidade de Massachusetts. “Eu leio muito mais poetas estrangeiros que brasileiros. Porém João Cabral de Melo Neto é um poeta que influiu muito na minha tradução de Shakespeare. Se poeta é melhor tradutor de poesia? Pereira não fecha questão. “Conheço muitos não poeta que são bons tradutores. Porém, o fato é que quando você é poeta está em contato contínuo com poesia, está ligado a ela.

Ana Maria Machado e Sílio Boccanera no Palácio Garibaldi

Palavras, palavrinhas e palavrões. O tema da primeira sessão da noite de sábado do Litercultura – Festival Literário Curitiba 2013 arrancou risos e provocou reflexões na plateia atenta que compareceu ao Palacete Sociedade Garibaldi. A conversa entre a escritora Ana Maria Machado e o jornalista Sílio Boccanera durou uma hora. Nos depoimentos no final da sessão a reportagem do site Litercultura ouviu o público para saber quais as impressões que ficaram do encontro. “Sou escritora por causa dela. Sou pesquisadora de literatura infantil por causa dela. Isso aconteceu por causa de “História meio ao contrário” , livro no qual ela rompe com a expectativa dos contos de fada”. Celina Cristina da Silva, escritora “Achei interessante a abordagem sobre a percepção do estrangeiro com relação à língua portuguesa. O público riu muito quando ela citou o exemplo da inglesa que quis transformar uma frase para se referir a um ser masculino. Em vez de dizer: “ele era boa pinta”, disse “ele é um bom pinto”. Carla Berwig, profissional de letras “ Por que paralelepípedo não é palavrão? Essa pergunta de uma criança, citada pela Ana Maria, ficou na minha cabeça”. Margarida Izabel Cristina Cesar, professora “Quantas vez usamos palavras que não tem o sentido real. Apertar o cinto, por exemplo. Durante a sessão foram citados vários exemplos…” Glauco Gavinho, engenheiro químico