18/07/2011

O perigo dos remédios para emagrecer

Os inibidores de apetite podem trazer sérios riscos para a saúde

Por Rodrigo França

Este ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou uma audiência pública para debater a proibição da venda de remédios para emagrecer. Em especial dos medicamentos que contenham sibutramina ou anorexígenos anfetamínicos, como anfepramona, femproporex e mazindol em sua fórmula. Estas substâncias atuam como inibidores de apetite e podem causar graves riscos ao coração, pulmão e ao sistema nervoso central. A proposta da ANVISA foi baseada em estudos científicos que atestam que esses remédios apresentam muito mais riscos do que benefícios. De acordo com a Anvisa, a população brasileira lidera o consumo mundial dos emagrecedores. Em 2009, foram vendidos no Brasil três toneladas de anfepramona, 1,8 toneladas de sibutramina, uma tonelada de femproporex e dois quilos de mazindol. Ainda segundo a agência, a sibutramina tem baixa eficiência na redução de peso e a longo prazo o paciente volta a engordar. Além disso, estudos indicam um possível aumento de problemas no coração dos indivíduos que utilizaram esse medicamento. Em muitos países essas substâncias já são proibidas há muito tempo, exatamente por serem consideradas perigosas.

O que dizem os especialistas

Segundo a médica endocrinologista Vitória Borba, somente as pessoas que realmente sofrem de obesidade devem consumir os medicamentos para emagrecer. “Os médicos endocrinologistas conhecem os efeitos colaterais que esses remédios podem causar e por isso antes de tomar qualquer medicamento, os pacientes realizam uma série de exames”, explica. A especialista revela que a sibutramina não causa dependência, ao contrário dos medicamentos derivados da anfetamina, que podem viciar. A sibutramina pode ser tomada por até um ano. “Além dos remédios para emagrecer ainda aconselhamos que os pacientes façam uma dieta para reeducarem seus hábitos alimentares. Não adianta nada tomar remédio e se esbaldar de chocolate, por exemplo”, diz. Os debates sobre a proibição ainda não estão encerrados. Por isso, fique atento!

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